Síndrome Mão-Pé-Boca: saiba o que é, como prevenir e quando procurar atendimento médico

Causada por vírus do grupo enterovírus, a Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB) é uma infecção viral contagiosa que costuma preocupar pais e cuidadores por conta do aspecto das lesões que provoca, como pequenas bolhas e manchas na boca, nas mãos e nos pés, que às vezes também podem aparecer na região do bumbum e genitais. Apesar da aparência assustadora, o quadro geralmente é leve e tem evolução benigna, com duração média de 7 a 10 dias.

A médica Talytha Salum, professora do curso de Medicina da UniEVANGÉLICA, com os cuidados adequados a recuperação é rápida e sem complicações

De acordo com a pediatra Talytha da Costa Coelho Sallum, docente e preceptora da residência de Pediatria da UniEVANGÉLICA, a doença é muito comum em crianças menores de 5 anos, especialmente entre 6 meses e 3 anos, e em casos mais raros, gestantes. “A maioria dos casos evolui bem, mas é fundamental cuidar da hidratação para evitar complicações, principalmente nos bebês e lactentes”, explica a médica.

A síndrome geralmente começa com febre baixa a moderada, mal-estar, falta de apetite e dor de garganta. Logo em seguida, surgem aftas na boca, que dificultam a alimentação, e pequenas bolhas ou manchas nas palmas das mãos, plantas dos pés e, em alguns casos, em outras regiões do corpo. Pode haver ainda irritabilidade, coceira leve e descamação da pele na fase de recuperação.

A transmissão ocorre por contato direto com secreções respiratórias, saliva, fluidos das bolhas, fezes contaminadas e superfícies ou objetos contaminados, como brinquedos e talheres. A contaminação é mais intensa na primeira semana da doença, mas o vírus pode continuar sendo eliminado pelas fezes por várias semanas após a melhora. Por isso, a pediatra reforça que a higiene é essencial para conter o contágio.

Não existe uma cura específica para a Síndrome Mão-Pé-Boca, o tratamento é feito apenas para ajudar o corpo a se recuperar naturalmente. Podem ser usados antitérmicos e analgésicos (como paracetamol ou ibuprofeno, sempre com orientação médica) para aliviar a febre e a dor. Também é importante manter a hidratação rigorosa, oferecendo líquidos, alimentos frios e macios, e evitando os ácidos ou muito quentes.

Em casos de desconforto intenso por conta das lesões orais, pomadas anestésicas tópicas podem ser indicadas pelo médico. O repouso e a observação dos sintomas são fundamentais até que o quadro desapareça completamente.

Embora seja uma infecção autolimitada, a atenção deve ser redobrada diante de sinais de alerta, como recusa total de líquidos, sonolência excessiva, febre persistente ou dificuldade para respirar. Nessas situações, o acompanhamento médico é indispensável.

“A Síndrome Mão-Pé-Boca é comum e passageira, mas requer cuidado e paciência. O mais importante é manter a calma, oferecer conforto e garantir a boa hidratação da criança”, orienta a pediatra Talytha Sallum.

A doença pode assustar à primeira vista, mas com os cuidados adequados e o acompanhamento médico quando necessário, a recuperação é rápida e sem complicações.

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